quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Olho do poeta (Tony Lopes)


Sangue no olho do poeta

A poesia agoniza na praça

Sangue na folha em branco

Amar perdeu a graça

 

Raiva no olho do poeta

A poesia jaz na praça

Raiva largada no chão

Ignora só de pirraça

 

E o venta espalha no ar

Palavras vãs

Restos do que não há

Nas manhãs

 

Tristeza no olho do poeta

E desesperança

A dor adormece a mingua

Na fome da criança

 

E o tempo passa batido

Sem deixar rastros

As linhas em branco atestam

O sentido exato.

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