sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Simples assim (Tony Lopes)


Posso não ser exatamente
O que penso ser
Posso até não ser plenamente
O que quero ser
Mas sou.
 
Posso não ser novamente
O que pensei ser
Posso até não ser somente
O que desejei ser
Mas sou.
 
Sou
Aquele
Que
Posso
Ser.
 
Sempre e simples assim.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Asas (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


Onde você estava quando eu voei

E para onde você olhava quando voltei

Se as minhas asas me afastaram

Foram elas que me trouxeram outra vez

 

Onde você estava quando me perdi

E para onde você foi que eu não te vi

Se foi o medo que nos distanciou tanto

Porque agora você não ouve o meu pranto

 

Diz qual o remédio que pode me curar

E se não houver cura deixa pra lá

Se for o tédio a sua primeira opção

Desfaz o novelo que te envolveu em vão

 

Diz qual a doença que quer te matar

E se for difícil o melhor é chorar

Se te faltar chão ou te faltar crença

Segura na minha mão sem pedir licença

 

E se estamos errados desde o começo

Entenda que o passado mudou de endereço

Pois se não temos mais o que nunca tivemos

Chegou a hora de reaver o que nem perdemos.

 

 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Peça por mim (Tony Lopes)


Eu não aprendi a rezar

Nem a pedir perdão

Não sei como fingir

Agradecer também não

 

Por favor, me ouça

E ao meu combalido coração

Peça por mim

Na sua próxima oração

 

Deus conhece a sua voz

Ele sabe quem você é

Eu não posso me ajoelhar

Pois há muito perdi a fé

 

Então peça por mim

Pela minha salvação

Entenda o meu medo

Poupe-me da escuridão

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

As lagrimas (Tony Lopes)


As lagrimas no seu rosto

São mentiras que não posso acreditar

São mensagens que não posso decifrar

São mapas que não levam a nenhum lugar.

 

As lagrimas no seu rosto

São verdades duras de poder acatar

São vestígios que você deixou passar

São de vergonha por não tentar me amar

 

E as dores no seu peito

Que não consegue mais suportar

São respostas as perguntas

Que nunca ouvirei você pronunciar

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Tchau, querida (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


Arrume as malas, querida

Já não te quero mais aqui

Pode seguir seu rumo

E novamente sorrir.

 

Não deixe pistas, querida

E bata a porta quando sair

Siga os seus instintos

E nada de voltar a fingir.

 

Eu sei que é isso que você quer

Que você sempre quis

Veja bem, querida

Aproveite que enfim eu te ouvi.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Cova rasa (Tony Lopes)


Pros que acham que já ouviram tudo

Já fizeram tudo

E nada mais presta

Pros que pensam que não há mais nada a desejarr

Ou o que mudar

E não enxergam além da fresta

 

- Uma cova rasa basta

 

Pros que não entendem o presente

E nada esperam do futuro

Pros que estão cansados e sentados

Nos seus tronos de glórias forjadas

 

- Uma cova rasa basta

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O ódio (Tony Lopes)

  
O ódio move a maquina
Que emperrou
Aciona as turbinas
E aponta outra direção
 
O ódio acentua o sabor
Com o óleo da vingança
Adiciona dor
E reorganiza a equação
 
O ódio reflete a verdade
Que o ocasionou
Localiza o inimigo
E simula o perdão
 
O ódio esse suave fel
O ódio que me converteu
O ódio que me tirou o céu
O ódio que agora é meu

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Mares (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


Mares de águas atlânticas
Que dançam suaves melodias
Levam barcos e sonhos
Para outras praias outras baias

Mares nem tão pacíficos
Se agitam em amargas sinfonias
Assustam e balançam
Esperando por novas calmarias

E as ondas seguem seu selvagem balançar
Sem ao menos se importar
Que há um Farol para lhes guiar

Mares tão distantes
Mares que molham nossos pés
Mares que aplacam o calor
Mares que necessitam da nossa fé

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Girando (Tony Lopes)

 
Girando
O mundo está girando
De cabeça pra baixo.
 
Pena que ninguém caia
Pena que ninguém saia.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Pacto (Os Elefantes elegantes/Tony Lopes)

Investir no pecado
Acolher o pacto
Conduzido pelo olfato
Do olor putrefato.
 
Decidir na encruzilhada
Sobre o certo e o errado
Honrar o alto preço
Para tê-la ao meu lado.
 
E no inferno dos seus braços
Cair de boca na tentação
Ardendo de prazer
Transpirando de excitação.

 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Amora (Os elefantes elegantes/Tony Lopes)

A sutileza dos teus gritos
Me apavora
O tempo escorre aflito
E me devora
 
No ritmo sinuoso do tempo
Recordo agora
Dos dias em que o agito
Foi embora.
 
Depois da sisudez da duvida
Que ficou lá fora
Correr em busca do silencio
Sem demora.
 
E abraçados no balanço
Como quem namora
Se permitir sentir o gosto
Quase simples de amora.
 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Merda (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


 
Despeja na latrina
As sobras da tua luxuria
Puxe a descarga
E deixe a água levar
Para algum esgoto distante
O que era só teu
Ate este instante.

Merda
A sua vida é uma merda.

Levanta da latrina
Sem olhar pra trás
Limpe a sujeira
E siga em paz
Mas prometa outra vez
Que nunca mais fará
O que você agora fez.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Doce (Tony Lopes)


Queria tanto

Que você risse das minhas piadas

Que achasse

Graça nas minhas topadas

Queria tanto

Mas tanto

Que me satisfaço

Até com o seu pranto.

 

Queria muito

Que você pudesse me achar louco

Queria mesmo

Que isso não fosse tão pouco

Queria muito

Muito mais que muito

Que tudo fosse

Por algum belo intuito

 

E depois

Já quase no fim do filme

Queria apenas

Que você fosse

Aquela que sempre

Tornou a minha vida

Doce.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Pirraça


Pirraça (Tony Lopes)

 

Sou o resultado do teu silencio

A peça perdida de um quebra-cabeça

Um rei em xeque

Um mero moleque

 

Sou a soma da tua indiferença

Um pedaço da mordida da maçã

Apenas um esboço

Um corpo no fundo do poço

 

E assim sigo o meu triste caminho

Sempre sozinho

O resto da areia da ampulheta

 A sobra da emoção desfeita

 

Entrego de bandeja minha situação

Catando as migalhas do pão

Que atiraste pros pombos da praça

Só para me fazer pirraça

 

 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A gruta (Tony Lopes)




O caminho pelas densas matas é árduo e longo
Mas a procura pela gruta do prazer
É a razão de tudo.
E se não houver mata e sim um campo livre
O encontro com a gruta do prazer
Será a razão do gozo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Seu beijo (Tony Lopes)



 
Seu beijo é um precioso veneno
Que sempre ouso desejar
Língua que corta a noite
E serpenteia com o sereno
 
Seu beijo é um valioso veneno
Que nunca posso pagar
Língua que passa longe
Das delicias de um breve aceno
 
Enfeitiçado pelo que me atrevo não temer
Envenenado pelo que tens a me oferecer
 
Espero em vão
Que o seu beijo não seja apenas uma ilusão