quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A lucidez (Tony Lopes)



A lucidez é uma dose
De algo que te entorpece
Uma gota do veneno
Que apenas te enlouquece

A lucidez é um resíduo
Da amargura que te entristece
Uma lágrima que desliza
Numa face que enrubesce

Assim como a estupidez
Ela é um mal desnecessário
Uma porta que estará fechada
Sempre pelo lado contrário

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Algum dia (Tony Lopes)


Eu não acho que você está certo
Quando diz que eu estou errado
Ainda ontem você caminhava
Na mesma direção que eu andava

Eu não acho que estou errado
Quando digo que você não está certo
A amizade é como um grande rio
Que procura a amplidão do mar

Mas você agora acredita em ouro
Despreza um simples aperto de mão 
Bebe com os que antes te injuriavam
Cospe no prato que continha o seu pão 

A música que me embala agora
Requer o silêncio para sua compreensão 
Ainda acredito que algum dia
Eu possa novamente te chamar de irmão 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Seios (Tony Lopes)


Gosto de seios
Mesmo que eles não me alimentem mais
Como os da minha mãe 
Gosto de seios
Mesmo quando estampados em outdoors
Tentam me vender coisas

Gosto de ver

De tocar
De apenas imaginar a sua maciez
Gosto dos que se escondem
Dos que se insinuam
E dos que se aventuram na nudez

Gosto de seios

Mesmo que eles não me pertençam mais
Como os de uma antiga paixão 
Gosto de seios
Mesmo quando maltratados pelo tempo
Ainda podem despertar uma boa sensação 

sábado, 11 de janeiro de 2014

Navalha

Não deixe que a navalha
Que cortou o seu olho
Sinta orgulho.

Vingue-se dela:
Pire 
Transpire 
Respire
Se vire.

Veja a vida com o que lhe restou 
dos seus sonhos.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A verdade escrota que saí da sua boca não vai me calar
Posso ouvir atentamente suas lamúrias mas elas não vão me calar.
Não vão me calar
Não vou me calar
Cale-se!




quarta-feira, 1 de janeiro de 2014