terça-feira, 30 de julho de 2013

Sangue do mal (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


Uma dose amarga
Doce dose de fel
Sangria das trevas
Acida e cruel.

Sangue do Demo
Sangue demente
Dentro do crânio
Dentro da mente

Uma dose azeda
Deste veneno malvado
Sabor de sangue
Sabor de pecado 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Quase Deus (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)

Só não sou deus porque você não quer
Sou anônimo por opção
Só não sou teu porque você não quer
Sou Antônio por certidão
 
Só não sou mais do que posso ser
Sou só isso que você pode ver
Só não sou capaz de te convencer
Que sou bem mais que possas entender
 
Só não sou ateu para poder crer
Sou fiel a minha paixão
Só não sou teu porque você não crê
Sou o fel da tua omissão
 
Só não sou mais do que não posso ser
Sou o reflexo do que você pode ver
Só não sou audaz pra te dizer
Que sou tudo que você não pode ter

 

 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

As lembranças (Tony Lopes)


 Bom não esquecer dos inesquecíveis

 Bom não deixar os que não nos deixariam

 Bom não questionar os inquestionáveis

 Bom não perder os que nunca deveríamos perder

 

Bom ficar com o que já temos

 Bom segurar na memória o que perdemos

 Bom gostar do que ainda podemos ter

 Bom lembrar do que poderíamos perder

 

Bom ter o que guardar

 Mesmo quando já não temos mais

 Bom nunca esquecer

 De alguém que já foi bom demais

 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Teus Olhos (Tony Lopes)

Teus olhos me pertencem
Desde o dia em que perdi os meus
São com eles que agora vejo
O que um dia eu via sem entender 
E mesmo nesta escuridão
Há um clarão bem forte a me guiar
Por caminhos que outrora
Eu jamais ousaria pisar.
 
Teus olhos me pertencem
Desde o dia que me despedi dos meus
Com eles agora eu posso ter
O que um dia era para ser apenas teu
E mesmo sem ver a luz
Creio que com a sua mão
Um sol sempre iluminará o caminho
Dentro do meu coração.
 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sertão & mar (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


De frente para o mar
Penso no sertão.
Que ser tão vil
Inventou a dor
E a sofreguidão?

De frente para o sertão
Penso na imensidão.
Que ser tão bom
Inventou a força
E a determinação?



segunda-feira, 15 de julho de 2013

Paciência (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


 Paciência

O teu nome tem algo que me excita

E me acalma

Que me instiga e me faz aguardar

O teu nome tem um cheiro doce

Que às vezes seduz.

 

Paciência

O teu nome tem um pouco de mistério

E de loucura

Que me imobiliza e me faz pensar

O teu nome tem um gosto forte

Que às vezes explica.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Tortos passos (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


Onde a lucidez se esconde

Não tem luz elétrica

Nem sinais de fumaça.

Ela se balança na altivez

Dos desencantos

Em um dos quartos

Da casa velha

Em um dos passos

Da mula manca.

 

Onde a lucidez se esconde

Não tem agua no pote

Nem pedaços de carne.

Ela se equilibra na embriagues

E nos pecados

Que nunca serão perdoados

Nem ignorados

Pelos demônios que vigiam

Os tortos passos.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Não exija minha alma (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)



Eu quero tudo que você quer
Só que de um modo diferente
Prefiro um dia chuvoso
Ao invés deste sol inclemente.

Eu faço tudo que você quiser
Mas em outra oportunidade
Agora seguirei sozinho
Sem me dobrar a sua vontade

Baby, não me queira mal
Baby, não me peça calma
Baby, me deixe em paz
Baby, não exija minha alma

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Como uma cobra (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


Um sopro de ar
Avança
Em minha direção
Driblando
E desviando
Dos obstáculos
Sibilando
Como uma bala
Sinuosamente
Como uma cobra
Que planeja
Sorrateiramente
Dar o bote fatal.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A alma (Os Elefantes Elegantes/ Tony Lopes )


A alma amarga arde na solidão
Largada à margem agoniza
Na lama fútil

A alma arranca a fórceps a ilusão
Louvada seja a duvida
Que se traduz

Lavada, a alma singra perdida
Entre mares de lagrimas
E alguns imprevistos

Levada, a alma quebra as correntes
E segue sua torta sina
De sofreguidão

 


quarta-feira, 3 de julho de 2013

A face de Diabo (Tony Lopes)



 Eu vi a face do diabo

Nos olhos calmos de um homem

Que estuprava criancinhas

Onde as verdades

Pareciam alucinações.

 

Eu vi a face do diabo

Escondida nas sacristias

Onde os pecados sorriam

Abençoados pelas mentiras

Dos hipócritas.

 

Eu vi a face do diabo

Nos outdoors da avenida

Estampando a felicidade

Ignorada pelos tolos

Que não enxergam o obvio.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

No fio tênue (Os Elefantes Elegantes/Tony Lopes)


A ausência do medo impulsiona o tombo

Mas não impede a ida

A presença da coragem aciona o gatilho

Sem acertar o alvo.

Embriagado na corda bamba que separa

A lucidez da sanidade

Equilibrado no fio tênue que dispara

Sem subverter a mensagem.

 

A ausência do que pode ser correto

Induz ao erro

A presença da incerteza que o conduz

Ignora o acerto

Pendurado no fio de alta tensão

Como um tênis velho

Jaz sem vida aquele que perdeu

As chaves do castelo