Os bancos da praça estão vazios
Nem os pombos apareceram desta vez
Para assistir o espetáculo do ócio
Que se camufla de dor e silencio
Os mesmos restos dos milhos
As mesmas testemunhas de pedra
Parecem sinais indecifráveis
Que se perpetuaram no chão sem cor
Nenhuma alma penada
Nenhum sinal de lucidez
Nenhuma pessoa assustada
Nenhum ato de sensatez
E seguindo o rastro do sol que se põe
Com os olhos fincados na ilusão
Procura ouvir os sons que a memoria
Insiste em dizer que não existem mais.
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