quarta-feira, 2 de setembro de 2015

De pombos e praças (Tony Lopes)


 

Os bancos da praça estão vazios

Nem os pombos apareceram desta vez

Para assistir o espetáculo do ócio

Que se camufla de dor e silencio

 

Os mesmos restos dos milhos  

As mesmas testemunhas de pedra

Parecem sinais indecifráveis

Que se perpetuaram no chão sem cor

 

Nenhuma alma penada

Nenhum sinal de lucidez

Nenhuma pessoa assustada

Nenhum ato de sensatez

 

E seguindo o rastro do sol que se põe

Com os olhos fincados na ilusão

Procura ouvir os sons que a memoria

Insiste em dizer que não existem mais.

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