Migalhas esquecidas de um
amor que não existiu
Estão espalhadas como pó pelos
quartos
E pelos quatro cantos
daquele coração
São restos de algum sonho de
quem não dormiu
Que vão se dissolvendo como
uma vela
Abandonada antes mesmo de
findar a oração
O vento uiva pelas frestas e
pelas fechaduras
Aprisionando a dor a uma
velha moldura
Pendurada e esquecida em
algum canto escuro
São imagens que se formam
como uma gravura
Que ainda vai ser feita por
alguém
Tão logo o presente se transforme
em futuro
A tempestade ilumina a penumbra
Como um farol a guiar uma nau
perdida
Mas entre tantos
sobreviventes só há um morto
Apenas aquele que desejou
retornar ao velho porto
Nenhum comentário:
Postar um comentário