quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Guarda chuva (Tony Lopes)


 

Não gosto de guarda chuva

Por me impedir de sentir

O suave toque da chuva

No meu ombro e no meu rosto

 

Não gosto da sua proteção

Nem de depender do seu abrigo

Prefiro sentir o gosto

Das lagrimas no canto da boca.

 

Céu escuro e sombrio

Tempestade que se anuncia

Saudades do que já tive

Lembranças do que eu gostaria de ter

 

Prefiro andar descalço

Driblando as poças

Saltando os pingos

Pulando as incertezas

 

Não gosto de guarda chuva

Ele impede o acalanto das lagrimas

De quem já não possuo mais

De quem há muito me deixou pra trás.

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