O silencio me impede de gritar que é a loucura que me mantém são.
E sangro como uma mulher só de saber que não haverá amanha.
Enquanto as baratas lambem meus pés como só os cães sabem fazer.
Fico a pensar em dias que se dissolvem como leite em pó.
As vozes que ouço me dizem para seguir aquela luz vermelha.
Porque o abismo não espera por ninguém que seja apenas covarde.
Os lábios querem dizer o que nunca se deve dizer para ninguém.
E a lua no céu prateado espera por sinais que sejam realmente confiáveis
Estou só e isso me parece ser a principal razão para não mentir
Mas sei que no fundo a verdade é apenas uma tola ilusão.
Visito lugares distantes com um toque na tela de um amigo fiel
Mesmo sabendo que não posso crer nele e nem nas notícias que vejo.
Apago a luz
Deixo apenas o luar iluminar as minhas angustias
E me deito
No berço que um dia era suficiente para me abrigar.
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