Por onde andam as baratas que não as vejo mais
Mesmo quando deixo sobras de comida pelo chão
Onde estão os ratos que saiam sorrateiramente dos buracos
Ao menor sinal de um restinho de queijo
- Parece que eles me deixaram só a esperar pelo fim dos
dias.
Por andam as formigas que habitavam o pote de açúcar
E corriam distraidamente pela mesa do jantar
Onde estão as moscas impertinentes que voavam ao nosso redor
E depois pousavam sem cerimonia no nosso prato
- Parece que eles me deixaram só a refletir sobre o futuro.
E não me venham falar de homens muito parecidos com insetos
De pessoas que agem como se fossem ratos
E que rodopiam como dançarinos loucos na nossa frente
Eu sinto falta dos animais rastejantes e minúsculos
Que apenas nos faziam temer o escuro da noite
Como se não houvesse um mal maior.
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