Cada vez que os meus olhos invadem
O negrume da noite a procura
De alguma distração
Ou de algum alívio
Para essa angustiante solidão
São os seus olhos que eles desejam.
Cada vez que os meus lábios se abrem
Para proferir palavras
Sem nenhuma convicção
Ou algum sentido
Para acalmar meu alucinado coração
São os seus ouvidos o alvo preferido.
E se a noite envolver o seu negro manto sobre nós
Sem necessariamente nos cobrir
Atravessarei cambaleante a triste rua
Que me conduz sempre ao mesmo botequim
Onde embriagado imagino você nua
Em alguma espelunca que nunca irei encontrar.
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