Antes do barco afundar
Coloque o colete salva-vidas
E se jogue no mar
Das tolas possibilidades
Antes da balsa virar
Revire as gavetas e procure
Por alguma coisa vulgar
Que possa ser aproveitável
Não se engane
Não é doce morrer no mar
Nem se assuste
A cuca não vai lhe pegar
Depois do barco afundar
Deixe o seu corpo seguir
No leve balanço do mar
Das inevitáveis possibilidades
Depois da balsa virar
Esqueça-se do que ficou
E reinvente seu navegar
Ate então tão tolo e imprestável
Não se engane
Não é doce morrer no mar
Nem se assuste
Alguma ilha irá lhe abrigar